Bem vindo ao ‘Psicologiando VastaMente’

Bem vindo ao ‘Psicologiando VastaMente’. ...um espaço que tentará desvendar o universo feminino. Aqui eu, Franm Carolina, publico posts sobre o universo feminino: suas angústias, dúvidas, coisas cotidianas, confusões que só os miolos femininos entendem, enfim, todo o blablablá feminino

Sou uma grande observadora do mundo e nada melhor do que observar o nosso mundo. O mundo das mulheres. Por isso, aqui divido com vocês, caras blogueiras e blogueiros as mais diversas situações do nosso universo feminino.

domingo, 6 de junho de 2010

Autossabotagem: quando seu maior problema é você


Chega de fazer gol contra. Se você anda boicotando suas chances de ser feliz, está na hora de driblar esse inimigo interno e mudar o placar. Especialistas ensinam como.




Texto: Iracy Paulina
Quatro anos atrás, Thais Marques do Amaral, 28 anos, trabalhava num banco em São Paulo e tinha um bom salário. Sua função era visitar clientes para vender os serviços da instituição. Participava sempre de reuniões fora do escritório. Mas começou a perceber uma situação que se repetia: bastava agendar encontro com um novo cliente, para arrumar uma desculpa e desmarcar. Um dia, para evitar que isso acontecesse, combinou com o chefe que ele iria junto. “Assim, eu não teria como cancelar”, conta ela. Na data marcada, se viu tomada por um medo inexplicável e desabou numa crise de choro. “Meu chefe me deu força e se ofereceu para dirigir o carro. Para meu alívio, quando chegamos ao escritório do cliente, ele não estava e a reunião não aconteceu”, afirma Thais. Ali ela concluiu que não podia continuar daquele jeito: “Aceitei que eu tinha um problema e precisava resolver”. Muita gente nem percebe, mas, em maior ou menor grau, cai em situações similares de paralisia, em que um ato anula o outro. Por quê?
As causas

As primeiras pistas são levantadas pela psicóloga Heloisa Fleury, coordenadora geral do Departamento de Psicodrama do Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo. “A questão tem a ver com os recursos que cada pessoa possui para enfrentar as demandas e adversidades da vida”, diz ela. “A mulher com tendência a autossabotagem acredita que não tem condições de lidar com os desafios. Então, acha que é melhor nem tentar porque o tombo certo será muito doloroso”, explica Heloisa. No fundo, resume a psicóloga, esse cenário interno é vivido geralmente como uma função protetora. “Mas é uma falsa impressão de proteção, como se fosse a fala dos pais dizendo para a criança: ‘Você ainda é pequena, cuidado para não se machucar’.”
Segundo a especialista, a autoestima é um pontochave: quem tem luta pelo que quer e também fica mais à vontade para examinar riscos e limitações, certo de que poderá enfrentá-los. Já quem sofre com uma autoestima baixa torna-se presa fácil do medo e da ansiedade quando precisa encarar mudanças ou uma situação sobre a qual não tem controle. Aí, a pessoa sente-se derrotada de antemão e detona o gatilho da sabotagem. Heloisa cita o exemplo de uma mulher casada às voltas com as dificuldades naturais de um relacionamento de longa duração. “A chegada dos filhos, as inevitáveis mudanças corporais, a necessidade de conciliar inúmeras tarefas, tudo isso significava para ela a ameaça de perda do marido”, explica.
O medo a colocava em vigília: ficava mais atenta ao que ele não fazia, a que horas chegava, como se dirigia a ela. Era uma pesquisa de evidências de que ele iria deixá-la”, observa a psicóloga. “Começou a querer controlar tudo, ficou muito exigente, nada a satisfazia. Até que passou a mandar recadinhos para o marido, tentando mantê-lo sob suas rédeas. Por mais que notasse que isso só fazia irritá-lo e afastá-lo ainda mais, ela não conseguia parar. Aos poucos, o parceiro desistiu de conversar e de batalhar para que ela mudasse e o casamento foi se deteriorando”, diz Heloisa.
Para a maioria de nós, é mais fácil compreender o medo de perder o que amamos. Em alguns casos, porém, o que apavora é a possibilidade do sucesso – pois ele simboliza o novo. “De certa forma, o fracasso é uma situação conhecida e mobiliza afetos que reconfortam, como atenção, pena, cuidados”, explica a psicóloga. Já o sucesso é um terreno desconhecido que cobra envolvimento, traz exposição e responsabilidades, representa uma situação que foge ao controle.” E vem à tona o velho cenário interno: “Será que eu seguro essa onda? Melhor nem tentar”. A pessoa dá mais ouvidos à sua criança interior, que precisa de proteção, e perde a oportunidade de examinar objetivamente suas estratégias para enfrentar o desafio. E assim o círculo vicioso da autossabotagem se instala. A origem dessa dificuldade, segundo Heloisa, em geral está na infância. É um padrão construído na relação com os pais ou cuidadores, quando a criança vai formando suas impressões sobre o mundo, sobre si mesma e seus recursos para lidar com o que virá pela frente.
Desejo e punição

Para a psicoterapeuta Maura de Albanesi, diretora do Instituto de Terapia Avançada AMO, em São Paulo, a autossabotagem também pode sinalizar um conflito. Quando a pessoa não sabe o que quer, o boicote entra em cena como um mecanismo de defesa ou de punição e está ligado ao baixo amor-próprio. “É uma atitude que mostra a insatisfação com os rumos que a vida está tomando. Há uma sensação de incapacidade de avaliar e projetar o que realmente se deseja“, explica ela. Thais descobriu que era esse o seu caso. Dois dias depois da crise de choro antes de visitar o cliente do banco, ela procurou terapia. Ficou cinco meses de licença médica e fez um balanço da vida.
Vi que não estava feliz no emprego. Era muita pressão, o banco tinha metas que eu não conseguia cumprir e me sentia incompetente por isso. Também constatei que a filosofia da empresa era contra meus princípios, o que gerava um conflito interno”, lembra Thais. Um mês depois que voltou da licença, foi demitida: “Era a senha para que eu reformulasse minha vida. Hoje trabalho numa empresa de treinamento. Tenho outro cargo, meu salário diminuiu, mas não me arrependo. Aquela crise explicitou minha necessidade de transformação. Nada paga a paz de espírito que tenho hoje”.

Os sintomas

O primeiro passo para enfrentar o círculo vicioso do boicote é se dar conta dos sintomas. A autossabotadora costuma penar com comportamentos bem repetitivos.

Listamos abaixo os mais fáceis de identificar:
• Justifica seus erros e coleciona desculpas. Busca aliados para mostrar que tem razão.
• Adia a tomada de providências práticas para superar limitações que percebe em si mesma ou que são apontadas por outras pessoas. Deixa tudo para amanhã.
• É pessimista, não consegue enxergar o lado bom das coisas e contamina as relações.
• Sofre de um conflito interno entre o que deseja fazer e o temor de que não dará certo: “Eu quero muito, mas não consigo”.
• Deixa-se dominar por dúvidas que destroem as chances de tomar iniciativas.
• Não consegue focar e sente dificuldade de estabelecer objetivos e lutar por eles. Ou, então, perde um tempo enorme planejando ações, mas nunca as coloca em prática.
• Acelera
na contramão quando cai na balada na véspera de uma atividade superimportante no trabalho; ou fala o tempo todo do ex no encontro com o novo amor.

As saídas

Além de identificar os sintomas, encarar a autoimagem é uma providência importante, observa a psicanalista Sandra da Luz Inácio, de São Paulo. “A percepção que a pessoa tem de si pode aprisioná-la. Ela aceita esse retrato congelado como um quadro verdadeiro e permanente”, diz a especialista. Nesse contexto, esquecemos que cabe a nós a construção e reconstrução de nossa vida, que ela é um processo. Quando esse fluxo para, essa imagem fixa tende a se expressar com frases prontas. “Aproveite para anotá-las. Elas ampliam a percepção, revelam como você vê a si mesma e a situação – estão ligadas aos comportamentos de autossabotagem”, afirma Sandra.
Outros antídotos contra o problema são apontados pelo educador Luciano Meira, da Franklin Covey, empresa de São Paulo especializada em treinamento para desenvolvimento humano. “Procure avaliar os seus pontos fortes para compensar, pois essa sabotagem funciona como um modo de se autodesvalorizar”, diz ele. Uma forma de fazer essa lição de autoconhecimento é listar as coisas que você já realizou e são motivo de orgulho, demonstram o seu potencial. Luciano aponta também outra estratégia: diante de um desafio, não se coloque um objetivo grandioso. Defina metas menores e vá cumprindo as etapas.” Pequenas vitórias fazem grande efeito. A pessoa pensa: ‘Se consegui vir até aqui, posso ir mais longe’ “, diz Luciano. Esse recurso é indicado para o campo profissional, mas também pode ser adaptado ao pessoal. Trace um caminho realista – e fortaleça-se a cada passo.

Como desativar as próprias armadilhas

No campo da Filosofia Clínica, corrente que usa a metodologia filosófica para tratar problemas existenciais, a autosabotagem é chamada de armadilha conceitual. “Trata-se de uma trama de conceitos que aprisionam a pessoa”, explica o criador da Filosofia Clínica, o filósofo Lúcio Packter, de Porto Alegre. Quem cai nessa teia descreve que tem a impressão de estar numa areia movediça. “No consultório, ao ouvir os relatos dessas pessoas notamos expressões como ‘eu nado, nado, e não saio do lugar’, ‘parece que a minha vida anda em círculos’, ‘quando mais eu busco, menos eu encontro’”, exemplifica.
Segundo ele, há inúmeras formas pelas quais uma trama conceitual pode atrapalhar a vida da gente, criando essa sensação de imobilidade.
O paradoxo é que nem sempre elas são nocivas – às vezes, atuam como proteção, cumprindo funções importantes de organização na estrutura do pensamento da pessoa, afirma Lúcio. “Um homem que tem propensão a sair com várias mulheres pode se recolher, ativando uma “armadilha” que o torna pouco sociável”, exemplifica o filósofo. “Isso vai resultar em certos dissabores mas, por outro lado, garante sua estabilidade familiar com a mulher e os filhos”. Nesse caso, essa atitude foi a forma que conseguiu encontrar para proteger a dinâmica famíliar.
Na abordagem da Filosofia Clínica, o paciente aumenta a consciência sobre suas estruturas de pensamento, descobre como seus conceitos funcionam para ajudar ou atrapalhar sua vida – e assim conseguem superar a sensação de paralisia, revendo seu modo de pensar e agir.

Fonte: Revista Cláudia




                                                            
'As cores de nossa vida depende de como usamos as tintas, cada um é o seu próprio artista, basta querer mudar o cenário'.

... Diga a você mesmo o quanto você merece! Diga a você mesmo que você está ao seu lado, aconteça o que houver! Não seja mais seu sabotador interno!





domingo, 30 de maio de 2010

Atividade acadêmica.


Saúde

A magreza que pesa

Distúrbios alimentares afetam  funções básicas do corpo e matam com freqüência

 

            Bulimia e anorexia já são problemas de saúde pública. Habitualmente o mundo se abala com a notícia de alguma jovem que morreu de complicações associadas aos transtornos alimentares. "Trata-se de doenças debilitantes, perturbações psiquiátricas graves, que devem ser encaradas como um problema de saúde pública, que atingem jovens que não têm idade para sofrer de perturbações", afirmou a psicóloga Cristiane Jacarandá.
            Segundo Cristiane os transtornos alimentares não estão relacionados apenas ao desejo de corresponder aos padrões de beleza de uma época. Esses distúrbios têm muito a ver também com a dificuldade que as pessoas, especialmente o adolescente, sente para se inserir no contexto social, de se expressar, de saber quem é e o que veio fazer no mundo.
            No que diz respeito à moda, o assunto é muito mais polêmico. Em 2006, a modelo Ana Carolina Reston Macan, de 21 anos, morreu vítima de anorexia nervosa. Media 1,74 metros de altura, e pesava 40 quilos, conseguidos com uma alimentação à base de maçã e tomate. Carolina foi internada com insuficiência renal, tensão arterial baixa, dificuldades em respirar e uma infecção generalizada.
             A partir de então vem-se questionando várias atitudes e pensamentos de uma sociedade pseudo-moralista. Essa magreza em excesso está sendo novamente questionada, como já foi em outros momentos. A sociedade volta seus olhos para o drama, para algumas fotos, porém nada realmente muda.
            Antigamente, mulheres gordas eram sinônimos de beleza (pode-se perceber isso em qualquer quadro da Renascença). Mas os tempos mudaram, e ser esquelética é a nova moda! O clima glamoroso, mas ao mesmo tempo raquítico, hipnotiza jovens que acabam seduzidas a seguir um padrão irreal de beleza. Muitas simplesmente param de comer. Outras comem compulsivamente e aliviam o peso na consciência vomitando tudo logo em seguida.
            De acordo com a psicóloga, as pessoas que desenvolvem estes transtornos sofrem complicações em vários sistemas de organismo. Todo o sistema hormonal é afetado -- é comum, por exemplo, que as mulheres parem de menstruar. Órgãos de "manutenção" do organismo, como os rins, podem sofrer panes ( caso da modelo Ana Carolina ), e o sistema imune (de defesa) do corpo também entra em baixa. Também são comuns alterações cardíacas e, em alguns casos, na estrutura do cérebro.
            “Estes transtornos trazem muitas conseqüências não só para saúde como também para a vida de quem sofre deles: a pessoa se exclui da vida social, ela deixa de estudar, ela deixa de se socializar, de comer na frente das pessoas, aí vem a depressão, a baixa auto estima leva a isso, a agressividade,  a melancolia,  não sai nem do quarto e acha que está normal.”
            Segundo ela, são poucas as pessoas que buscam ajuda, isso porque são poucas as que admitem ter estes transtornos, e as que admitem o problema, muitas vezes, não querem tratar por medo. “O medo do adolescente é achar que o médico, nutricionista ou psicólogo querem fazê-lo ganhar peso.”
            Em entrevista, uma jovem de 17 anos que sofre de bulimia nervosa e que há algum tempo vem lutando contra a doença (em silencio) relata o drama em que vivem as vítimas destas doenças.  

-Quantos "episódios" você tem em média por mês?
Olha, há mais o menos três meses me deparei com uma espécie de TESTE de internet feito por uma psicóloga pra identificar possíveis transtornos alimentares e  então em soluços cheguei ao final dele e percebi que me incluía em praticamente todos os “sintomas”. Foi aí que me dei conta de que tudo que eu vinha, fazendo, pensando, sofrendo não era normal.  Fiquei deprimida e decidi encarar o problema como uma doença e tentar com unhas e dentes me livrar dele. Mas estou em um período de fraqueza, tenho a sensação de impotência muito grande. O número de episódios diminuiu consideravelmente nestes últimos dois meses. Antes quando eu ainda não via a gravidade deste problema, tinha muitos, MUITOS mesmo. Dependendo do meu estado emocional chegava a ter 3 a 4 episódios por semana, onde eu comia descontroladamente absurdos de comida e em seguida fazia uso de laxantes. Hoje, finalmente ciente de que estou doente, vendo todas conseqüências negativas que isto trouxe e sentindo na pele o caos em que minha vida e o meu corpo vinha se transformando tenho lutado diariamente contra tudo isso. Passei a me alimentar de 3 em 3 horas, fujo dos laxantes... mas ainda assim, estes episódios fazem parte da minha vida. No entanto hoje são apenas “recaídas”. Acontecem raramente geralmente seguidos de um momento de grande frustração. Mas quando acontecem me sinto  uma fracassada.!

-Acredita que apenas o uso de anti depressivos é o suficiente para te ajudar?
Não, não acredito que anti-depressivos por si só irão resolver... estes pensamentos obssessivos são muito fortes. Vi uma cena na novela(Viver a Vida) em que a Bárbara Paz dizia “eu quero melhorar, mas não consigo.” E eu senti aquilo dentro de mim. Eu tenho a consciência mas esta doença é muito forte. É muito difícil lutar contra os nossos pensamentos.
Anti depressivos não podem me dar o que eu preciso. Eu preciso me encontrar, preciso que as pessoas me enxerguem de VERDADE, preciso mas tenho medo, no fundo sei que sozinha não sou capaz.

-Você é uma pessoa ansiosa?
Sim, eu sou uma pessoa extremamente ansiosa. Tenho que me policiar para não fazer 3 coisas ao mesmo tempo.

-Você diz que vem lutando contra este problema. Quais são seus esforços para não sair da linha?
É o policiamento constante. Eu preciso aceitar meu ponto fraco e ir em busca de ajuda médica. Eu preciso saber que não tenho controle, eu preciso ter pessoas comigo nessa para eu se eu perder a mão, eu possa confiar nelas. Mas o maior problema é este: confiar nas pessoas e entregar tudo isso nas mãos de um profissional. Por enquanto, venho fugindo de situações qu me “ofereçam” risco, programo minhas refeições, procuro não faltar a academia. Enfim, venho tentando levar uma vida mais saudável possível.

-O que você espera mudar na sua vida?
Eu quero outra vida. Minha mente está sempre tão focada nisso, que não me sobra tempo para outras coisas. Quero que quando eu esteja com as pessoas que amo, que minha cabeça esteja com eles e não calculando calorias e pensando o que vou comer depois. Só quem convive com a doença sabe o tormento que isso é. Vivemos uma tortura constante. Algo que vai nos destruindo pouco a pouco. Você não vive de verdade.




Bom, acredito que a matéria fale por si só. O assunto é delicado, e é de extrema importância abrirmos nossas mentes e enxergarmos a gravidade que estes disturbios tem.

sábado, 24 de abril de 2010

Por que desisto?




Todos querem saber por que não conseguem levar adiante planos e ações. Começam e param no meio do caminho ou simplesmente fogem de qualquer tentativa.
Infelizmente não há uma resposta única. Cada caso é um universo, uma história diferente. Existem muitos motivos, mas basicamente todos possuem um mesmo agravante: o medo de se expor, de colocar em xeque suas dificuldades interiores.
Há os que temem críticas e julgamentos; os que fogem de confrontar suas dificuldades; os que não acreditam na própria capacidade e os que têm medo de competir. Existem aqueles que não querem subir por medo de cair, os que acreditam não ser merecedores e os que precisam continuar como vítimas.
Como podemos notar, os motivos são os mais variados, mas o medo é sempre a constante.
Uma boa dose de medo é necessária para garantir a sobrevivência, porém algumas vezes ele extrapola e passa a tolher, a limitar as nossas ações, tornando-se irracional e ceifando nossas idéias e ideais.
Eu disse algumas vezes, mas na verdade esse tipo de medo é mais comum do que se imagina.
Quem já não desejou que algo importante não acontecesse para não ter que se expor?
Vejamos: estamos desempregados há mais de um ano. Depois de várias tentativas nos damos por vencidos e passamos a crer que não temos talento para coisa alguma.
De repente um amigo nos procura com uma oferta de emprego. Entramos em contato, com o coração apertado, com muito medo de não conseguirmos. Depois de todos os testes e entrevistas somos contratados e iniciaremos dentro de três dias. Ficamos em cólicas. Nossos pensamentos giram em torno de todos os percalços que poderão nos fazer perder a vaga.
Pensamos que o relógio não vai despertar e chegaremos atrasados no primeiro dia, que o carro vai quebrar, que faremos tudo errado... enfim, só pensamentos negativos.
Por quê? Porque ficamos com medo de que dê certo. Um paradoxo, eu sei. Mas é assim que muitos de nós vivenciamos as oportunidades. Com medo.
Diante desse inimigo que nós mesmos alimentamos, procuramos um lugar seguro dentro do anonimato, da perda, da desistência.
Eu quero fazer análise, mas não consigo continuar, me dá preguiça, não consigo ver melhora. Na segunda ou terceira consulta? É preguiça ou medo de mudar?
O que implicaria essa mudança? O que implicaria continuar um determinado projeto?
São perguntas que devemos nos fazer quando a vontade de parar, de desistir nos invade.
Não me refiro àquela situação em que o indivíduo tenta por anos a fio realizar uma tarefa sem conseguir. É claro que nesse caso se faz necessário uma avaliação de objetivos. Questionar-se quanto a real importância daquilo que se vem tentando fazer.
O problema é quando vamos deixando para amanhã, postergando nossos sonhos por medo de não conseguir levá-lo adiante ou por não saber como agir diante do sucesso.
Conheço pessoas que não conseguem ser promovidas na empresa em que trabalham simplesmente porque se escondem, não permitem ser notadas. Acreditam realmente que se permanecerem na mesma função jamais serão despedidas, todavia a idéia de promoção traz também o receio de não se sair bem e ser dispensado. Para não arriscar-se aposenta na mesma função em que começou a trabalhar.
Geralmente essas pessoas são amargas, pessimistas, invejosas.
O medo e a inveja estão sempre muito próximos. É verdade! Quando não conseguimos atravessar uma ponte pênsil por causa do medo de altura, ficamos do lado de cá invejando quem está do outro lado e por vezes o criticamos por não ter ficado conosco. Não avançamos e queremos reter o outro, o que nos leva a entender que além de inveja o medo irracional causa também o egoísmo.
Isso não nos torna monstros terríveis, não somos um perigo social porque o mal que fazemos atinge mais a nós mesmos, nos sufoca e impede o nosso crescimento pessoal.
Inventamos mil desculpas para não continuar, criamos empecilhos e se somos obrigados a ir até o fim, ficamos torcendo para que algo dê errado e confirme nossas previsões.
Querem um exemplo? João (nome fictício) queria montar seu próprio negócio, uma loja de artigos esportivos. Trabalhou no ramo durante anos sem coragem para realizar o seu sonho. Com a reciclagem de funcionários, perdeu o emprego e pensou na possibilidade de por seu projeto em prática. Os dias passavam sem que João fizesse alguma coisa. Tinha sempre uma desculpa pronta, argumentava bem e nada de começar. Pensava consigo mesmo: "E se eu gastar meu último dinheirinho num negócio que nem sei se vai dar certo? Vou esperar mais um pouco..."
A esposa dele resolveu intervir e acelerar o processo. João não teve saída, montou a loja e todos os dias ao abri-la pensava que poderia não ter clientes, que poderia ser assaltado, que uma crise no comércio poderia levá-lo a banca rota. Em parte seus pensamentos iam se tornando realidade. Realmente a loja vivia vazia, ninguém entrava para comprar. Os preços e os artigos eram bons, mas João tinha um inimigo: o dono da loja. Aquele camarada que ficava sentado atrás do balcão com um semblante desanimado, que atendia os raros clientes com impaciência. No fundo ele não queria que o cliente aparecesse, não queria que a loja rendesse lucros. Abria a loja olhando o relógio e contando as horas que faltavam para o encerramento das atividades. Ele tinha medo!
Medo de ser bem sucedido, de perder depois, de ficar exposto ao olhar do outro. Assim como o João, nós também nos boicotamos em diversos momentos de nossas vidas.
Rezamos para aquele rapaz bonito que ficamos meses paquerando não aparecer ao encontro porque não saberíamos o que fazer depois, medo da concorrência.
Tem ainda o caso daquele funcionário que, sabendo que o chefe estava de olho nele para uma possível mudança de setor, com maior notoriedade e salário mais alto, ele passa a faltar, a fazer um trabalho medíocre, a ir ao banheiro cada vez que o chefe entra na sala. Não dá ao superior oportunidade de lhe falar. Quer a mudança, só não pode evitar o medo.

Autoria: Isabel Ruiz (psicanalista)
Imagem: Google


... Acho importante ressaltar que para certos grupos de pessoas, (e devo confessar que faço parte deste) é mais fácil compreender o medo de perder o que amamos ( e porque temos medo fugimos). Outras vezes, o que amedronta é a possibilidade do sucesso, porque sucesso associa-se ao novo. Se paramos para pensar o  fracasso é algo já conhecido por todos e este, atrae atitudes que reconfortam, como carinho, atenção, pena, cuidados... Proteção! Já o sucesso é um um lugar desconhecido... Exige envolvimento, nos expõe, nos cobra certas responsabilidades. É algo que de certa forma, não está ao nosso controle. E logo nos questionamos: “Será que eu consigo? Sera que vai dar certo? Melhor nem tentar”. Muitas vezes se da mais ouvidos à nossa ‘criança interior’, que precisa de colo e proteção, e assim acabamos perdendo a oportunidade de examinar de maneira mais objetiva o desafio, de viver o novo, de se entregar as mudanças e ao amor.
É apenas pelo medo que fugimos. É apenas pelo medo que desistimos de vencer, conquistar, alcançar, abraçar, amar.

E Você, tem medo de ser feliz?!
[...]


Franm Carolina.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

É tristeza ou depressão?

Como diz a música: "...dias ruins todo mundo tem" e ficar triste é algo normal na vida de qualquer pessoa. Isso acontece quando perdemos um amor, quando nos decepcionamos com um “amigo”, quando não tiramos a nota que esperávamos, quando vivenciamos alguma desgraça que nos afeta ou afeta a alguém próximo,ou mesmo nas frustrações diárias bate aquele baixo astral e aí a vontade de fazer qualquer coisa simplesmente desaparece. Esse estado melancólico, às vezes dura dias, semanas ou até meses. Mas então nos perguntamos: Isso tudo é apenas tristeza ou estamos com depressão?


A depressão é um distúrbio que afeta pensamentos, humor, sentimentos, comportamento e saúde física. As pessoas costumavam pensar que era "Tudo coisa da sua cabeça", e que se você realmente tentasse, poderia "Sair dessa". Agora, os médicos sabem que a depressão não é uma fraqueza e que não é possível tratá-la sozinha - é um distúrbio médico com base biológica e química.

Às vezes, um acontecimento de uma vida estressante ativa a depressão. Outras vezes, a depressão parece ocorrer espontaneamente, sem nenhuma causa específica identificada. Independentemente de sua causa, a depressão é muito mais que um sofrimento ou a volta de alguns sentimentos...
A depressão pode acontecer apenas uma vez na vida de
 uma pessoa, porém, geralmente aparece várias vezes durante a vida, com intervalos saudáveis. Ou pode ser uma condição crônica, que requer tratamento contínuo durante toda a vida.
                                          

Os medicamentos disponíveis geralmente são seguros e eficazes, mesmo para os casos de depressão mais séria. Com o tratamento adequado, a maioria das pessoas com depressão séria melhora em semanas e pode voltar às suas atividades diárias normais.

SINAIS E SINTOMAS

Os dois principais sintomas da depressão são:

Perda do interesse nas atividades diárias normais
Você perde o interesse ou o prazer nas atividades das quais gostava anteriormente. Isso se chama "anedonia".

Humor depressivo
Você se sente triste, sem ajuda ou sem esperança, e pode ter crises de choro.

Além disso, para um médico ou outro profissional de saúde diagnosticar a depressão, muitos dos seguintes sinais e sintomas também devem estar presentes na maior parte do dia:

Distúrbios do sono
Dormir muito ou ter problemas durante o sono podem ser um sinal de que você está com depressão. Levantar no meio da noite ou cedo demais e não conseguir dormir de novo é típico.

Pensamento ou concentração comprometidos
Você pode ter problemas para se concentrar ou tomar decisões e ter problemas de memória.

Perda ou ganho significante de peso
            Um aumento ou redução de apetite e ganho ou perda de peso inexplicável podem indicar a depressão.

Agitação ou diminuição dos movimentos corporais
Você pode parecer cansado, agitado, irritado e facilmente incomodado. Ou pode parecer que você está fazendo tudo em câmera lenta e responde a perguntas devagar, num tom monótono.

Fadiga
Você sente cansaço e falta de energia quase todos os dias. Você pode se sentir tão cansado de manhã quanto estava à noite, antes de dormir.

Baixa auto-estima
Você se sente inútil ou sente culpa em excesso.

Menos
interesse pelo sexo
Se você era sexualmente ativo antes de ter depressão, vai perceber uma diminuição dramática no seu nível de interesse pelas relações sexuais.

Pensamentos de morte
Você tem uma constante visão negativa de si mesmo, sua situação atual e o futuro. Pode pensar em morte ou suicídio.

A depressão também pode causar uma ampla variedade de problemas físicos, como coceira generalizada, visão embaçada, suor excessivo, boca seca, problemas gastro-intestinais (indigestão, constipação e diarréia), dor de cabeça e dor nas costas.

Crianças, adolescentes e idosos podem reagir à depressão de maneira diferente. Nestes casos, os sintomas podem ter diferentes formas ou estar mascarados por outras condições.

Em todos os casos, é fundamental a orientação de um medico e tratamento psicoterápico.


* Elisabete Fernandes Almeida é escritora e editora médica com especialização em Projetos de Educação Médica Continuada. É presidente da Latin-Med Editora Médica, editora médica da Conexão Médica, diretora do departamento de Educação Médica para Leigos da Associação Paulista de Medicina e atua em vários sites médicos.



... Bom, a intenção é deixar claro a gravidade do assunto e reforçar mais uma vez que depressão é doença e deve ser tratada como tal.
Concordo plenamente quando afirmam que essa pode ser considerada a doença do século, o que se deve principalmente ao estilo de vida que levamos. Em um ritmo "quase" insano, tendo que absorver dezenas de informações por dia. É trabalho, responsabilidades e mais responsabilidades, namoro, faculdade,  família, amigos, atividades domésticas, igreja,  decisões e mais decisões para tomar, contas a pagar, trabalhos a fazer, (blog pra atualizar kkkk )... Enfim, não há tempo para um real folga, chega uma hora que precisamos parar, quando não se faz isso, muitas vezes, nos arriscamos SIM a sofrer de males como a depressão.
E vale lembrar que a pessoa que sofre de depressão tem um duplo sofrimento, a doença em si e falta de conhecimento das pessoas, que falam que é frescura, ou mesmo que é falta de Deus. GENTE, depressão é uma doença e deve ser tratada e respeitada como tal, claro que uma pessoa voltada para Deus SEMPRE terá mais chances de cura, mas, fazem parte desta cura tambem o apoio da familia, da igreja e principalmente um acompanhamento médico especializado.


" Não pense nos momentos difíceis como o fim do mundo, e sim como mais um obstáculo a ser superado, e acredite:  é nos momentos difíceis que mais se cresce. "





segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mulher é assim..


Mulher branca, negra, amarela, gorda, magra, alta, baixa, feliz, infeliz...
Mulher é sempre desafio, mistério, cheia de altos e baixos, de nuances e sentimentos, se valendo da emoção para entender o mundo e do corpo para mostrar o que vai na alma.
                           
Para ser mais honesta, mulher é mistério para os homens, porque para elas tudo sempre está claro, desvendado. Mulher reconhece a alma dos outros, sente os que eles sentem, fala a linguagem das crianças, dos bichos, das plantas, dos mudos.

Mulher ouve tudo, todas as dores, os choros, os lamentos, os gritos. Mulher sabe tudo de dor, entende tudo de grito. No seu currículo sobra discriminação, desigualdade, desrespeito e humilhação. Submetida, levou anos para mostrar a voz, pois somente era permitido mostrar o corpo, muito bem vestido, e a cara.

Séculos de luta silenciosa fortaleceram os objetivos, criaram exércitos obstinados, determinados a lutar por condições mais humanas e justas de direitos, deveres e oportunidades.

O tempo passou e algumas vitórias fortaleceram a luta, abriu-se espaço em quase todas as frentes, no trabalho, nos direitos sociais e civis e nos deveres.

Dividindo a "farda" com os sonhos, tem filhos, casa, profissão e companheiro (quase sempre), não descuidando  de todos os detalhes que representam sua condição, afinal de contas, o universo feminino é cheio de mimos e acessórios, perfumes, batom, sapato de salto...

Objeto de desejo reconhece seu poderio e é capaz de tudo para conquistar o que lhe é importante. Santo e demônio dividem a alma feminina, dominam e são dominados criando um balé de humor que se altera facilmente, que muda de cor e padrão, mas que não perde a sintonia, a coerência, a razão.

Dizem que mulher é complicada, está sempre pensando, que ouve demais, transforma questões simples em coisas complicadas, questiona tudo. Mas a verdade é que mulher sente as coisas, percebe coisas, lê as palavras que não são escritas e quando da voz a todo isso, parece complicada. Pena daqueles que não usufruem a sabedoria feminina.

Quando ama não faz economia, se entrega, se transforma, esquece tudo e todos, se encharca de sentimento para se doar. Para se manter amando precisa de atenção, carinho e respeito, muito pouco se for considerar o empenho.

É interessante como falar de mulher é muito e ainda sendo mulher, é tudo, que definindo fica pouco e contando, louco.


(Autor desconhecidamente desconhecido por mim)

Apenas mais um "texto" ..  
E assim somos! Descobrimos a cada dia um pouco de nós, um pouco do mundo, deixamos um pouco de nós no mundo, mergulhamos (Intensamente) no mundo que há em nós !
E ainda temos tanto a aprender [...]

domingo, 18 de abril de 2010

Pra começar...



Bom, este é o primeiro post do BLOG ''Psicologiando Vastamente.'' Depois de tantas tentativas frustradas entre minha tumultuadíssima rotina de trabalho e assuntos tensos, finalmente consigo fazer minha primeira postagem. =)
Bom, Eu já havia pensado em fazer um BLOG antes, mas agora a questão passou a ser de nível acadêmico. Como parte de uma nova experiência e de uma exigência do Curso de Comunicação Social no qual estou cursando. Logo este “meu cantinho” terá como objetivo o Autoconhecimento e reflexão sobre acontecimentos do dia a dia que afetam nosso emocional. Palavras, pensamentos, questionamentos e textos também de outros autores..
Além é claro da divulgação de diversos temas sociais, orientações, esclarecimentos, e muita informação. Procurarei estar sempre dando uma atenção toda especial aos assuntos voltados para nosso universo feminino, suas angústias, dúvidas, coisas cotidianas, confusões que só os miolos femininos entendem, enfim, todo aquele nosso blablablá feminino. Sou uma grande observadora do mundo e nada melhor do que observar o nosso mundo. O mundo das mulheres. Por isso, quero aqui dividir com vocês, blogueiras (e blogueiros tbm) as mais diversas situações do nosso universo feminino.
E que este seja de fato o meu, o seu,  o NOSSO Refúgio Feminino!
Sintam-se a vontade para comentar, opinar e até mesmo criticar sobre os assuntos que irei abordar...
Enfim, Toda opinião que não seja ofensiva é bem-vinda.



Que Deus abençoe a todos!